O Meteorito do Bendegó, descoberto em 1784 no sertão de Monte Santo (BA), é uma das maiores relíquias da ciência brasileira. Pesando impressionantes 5.360 kg, ele é composto majoritariamente por ferro e níquel, tendo sido encontrado por um jovem pastor, Domingos da Motta Botelho, às margens do riacho que lhe deu nome. Considerado o maior meteorito já encontrado em território nacional, sua origem extraterrestre despertou a curiosidade da Coroa Portuguesa, mas o trajeto até a capital do Império duraria mais de um século.
Em 1785, uma tentativa de transporte fracassou quando a carreta que levava o meteorito desgovernou-se e ele caiu no leito do riacho, onde permaneceu por mais de 100 anos. Somente em 1888, por ordem de Dom Pedro II, foi organizada uma expedição comandada pelo engenheiro José Carlos de Carvalho. O transporte pelo sertão baiano durou 126 dias, atravessando 113 km em uma estrutura com trilhos e tração animal, até alcançar Salvador. De lá, o Bendegó foi levado de navio ao Rio de Janeiro, onde passou a integrar o acervo do Museu Nacional.
O meteorito logo se tornou uma das peças mais importantes do museu e da ciência brasileira, chamando atenção de estudiosos e curiosos. Em 1925, Albert Einstein visitou o Brasil e fez questão de conhecer o Bendegó pessoalmente. Encantado com a peça, foi fotografado ao lado dela e registrou em seu diário a experiência de visitar o museu, onde também plantou simbolicamente uma muda de pau-brasil nos jardins do palácio. A visita ajudou a eternizar o valor científico e cultural do meteorito baiano perante a comunidade internacional.
Apesar de todo esse reconhecimento, o Bendegó também passou por episódios marcantes de ignorância e superstição. Em Monte Santo, um obelisco foi construído no local da descoberta para homenagear a princesa Isabel e o imperador, mas acabou destruído por moradores que associaram a remoção do meteorito a uma grande seca na região. A peça ainda sobreviveu ao devastador incêndio de 2018 no Museu Nacional, mantendo-se praticamente intacta graças à sua estrutura metálica, sendo um dos poucos itens resgatados do acervo original.
Hoje, o Meteorito Bendegó segue em exposição no Rio de Janeiro como um dos símbolos mais icônicos da astronomia, da ciência e da história brasileira. Para Monte Santo, ele representa um legado inestimável que conecta o sertão nordestino ao espaço sideral — e ao mundo. Quem visita a cidade pode conhecer uma réplica fiel do meteorito no Museu Regional de Monte Santo, que preserva a memória e o orgulho desse marco histórico descoberto em solo baiano.
Fonte: Montesanto.net com informações e fotos de Wikipédia e Museu Nacional
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