O maior meteorito que se tem evidências no Brasil e que continua até hoje em território nacional foi encontrado na Bahia em 1784. O Bendegó, assim denominado por ter caído próximo ao riacho do mesmo nome, foi encontrado no município de Monte Santo, em uma localidade que hoje pertence a cidade de Uauá. Além dele, outros cinco meteoritos fazem parte da história baiana. Os fragmentos do mais recente deles, visto em forma de clarão na Chapada Diamantina no domingo (18), ainda não foram encontrados.
Antes de relembrar quais foram os meteoritos encontrados no estado, é importante esclarecer as diferenças entre dois termos repetidos, às vezes, de maneira equivocada. Os meteoros são os clarões captados por câmeras de segurança e popularmente conhecidos como “estrelas cadentes”. Já os meteoritos são rochas que sobrevivem à entrada na atmosfera da Terra e chegam ao solo, como o Bendegó.
“Quando a rocha é muito grande e a depender do ângulo, acaba resistindo a passagem atmosférica e pode chegar ao solo na forma de meteoritos”, explica Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon). De acordo com o especialista, foi o que provavelmente aconteceu no final de semana. “O brilho causado na passagem da rocha foi grande e muitas pessoas relataram barulho de explosão”, relata.
Os meteoritos identificados na Bahia foram encontrados nas cidades de Palmas de Monte Alto, Monte Santo, Vitória da Conquista, Quijingue e Rio do Pires. Sendo que dois foram identificados na primeira, um em 1964 e outro em 2017, o que é raro. Especificar a data que um meteorito caiu em solo terráqueo não é tarefa fácil. Isso porque o Brasil não possui legislação específica sobre eles.
“Alguns foram achados há muitos anos e ficaram guardados. No caso do primeiro de Palmas de Monte Alto, a década de 60 é quando se tem notícias de que alguém estava com o meteoro, mas ele deve ter sido achado pela primeira vez anos antes”, explica Leidiane Ferreira, pesquisadora do Núcleo de Estudos em Meteoritos da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Segundo os especialistas, há evidências científicas do porque os meteoritos caem em certos locais. “Não existe comprovação de que eles tenham preferência de local para cair, então é aleatório. Na Bahia só existem registros de dois que caíram na mesma cidade, o que é muito raro de acontecer”, completa a pesquisadora.
O maior meteorito que está até hoje no Brasil, o Bendegó, tem 5,36 toneladas e sobreviveu ao incêndio que atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em 2021. Quase cem anos depois dele, outro corpo rochoso, de 7 toneladas, foi identificado em Santa Catarina. “O meteorito de Santa Catarina seria o maior do Brasil se ele não tivesse sido levado para outro país para ser utilizado em indústrias pela sua formação de níquel”, afirma Leidiane Ferreira.
A primeira tentativa de transportar o meteoro de 1784 para o Rio de Janeiro fracassou quando a carreta de madeira que o carregava desgovernou-se e caiu no riacho Bendegó. Ele está exposto no Museu Nacional desde 1888, graças ao empenho do Imperador D. Pedro II, que providenciou sua remoção para a então capital.
Confira a lista completa:
Bendegó:1784
Palmas de Monte Alto: 1964
Quijingue:1984
Rio do Pires: 1991
Vitória da Conquista:2007
Três irmãos: 2017
Fonte: correio24horas
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