A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve alta de 0,53% em janeiro, o primeiro mês do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente. O resultado foi divulgado pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (9). Em 12 meses, o IPCA acumulou avanço de 5,77% até janeiro, conforme o IBGE. Nesse recorte, a variação era de 5,79% até a divulgação anterior.
O índice acumulado está acima da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para 2023. O centro da medida de referência é de 3,25% neste ano. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%). Alimentos e contas de janero, como IPVA e IPTU foram os vilões da inflação do mês.
O BC, aliás, virou alvo de críticas de Lula. Para tentar conter a inflação no país, a autoridade monetária vem deixando a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A reunião mais recente do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) ocorreu na semana passada. Foi o primeiro encontro desde o início do governo Lula. Na segunda-feira (6), o presidente chamou de "vergonha" o nível atual da Selic. Lula ainda conclamou o empresariado a fazer cobranças sobre os juros altos.
A elevação da Selic é o instrumento do BC para tentar esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, conter os preços e ancorar as expectativas de inflação. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores. A economia já vinha mostrando sinais de desaceleração antes de Lula assumir a Presidência. As críticas do petista à atuação do BC, porém, têm ampliado expectativas de inflação e pressionado os juros.
O movimento gera um reflexo contrário ao pretendido pelo governo. O discurso traz risco de pressão sobre o dólar, que impacta preços de alimentos. A inflação da comida afeta principalmente a população pobre, camada da sociedade na qual Lula encontra apoio. O mercado financeiro elevou a perspectiva para o IPCA acumulado em 2023 a 5,78%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira. Foi a oitava alta consecutiva na projeção.
Com o anúncio do IPCA que ficou abaixo do esperado pelo mercado e os rumores de uma revisão da inflação pelo governo Lula, a Ibovespa operou em queda nesta quinta-feira (09) e o dólar fechou nesta quinta-feira (9) em alta, no maior patamar do ano até agora, a moeda norte-americana subiu 1,59% a R$ 5,2783. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2793
Fonte: Folha
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